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Sororidade e Trabalho de Mãe



Sororidade e Trabalho de Mãe

Por Marcela Azevedo e Paula Vargas


Nós mulheres somos seres absolutamente complexos! Mães, filhas, esposas, profissionais... Várias dentro de uma, compondo um ser único neste planeta. E de tão completas, muitas vezes nos perdemos dentro de nós mesmas em todos esses papéis tão diversos e nada melhor do que ouvir umas às outras para nos encontrarmos quando novos arranjos são necessários.


Quando nasce uma mãe toda uma nova realidade se apresenta e acabamos por esquecer muito do que já fomos, das noites dançantes, dias de trabalho árduo, cinema e jantares com o/a companheiro/a. Mergulhamos nesse mundo novo que se faz diante de nossos olhos e uma palavra muito ouvida entre as mulheres de hoje se mostra para nós, muitas vezes pela primeira vez na vida: Sororidade!


Representando a união entre mulheres nas várias dimensões da vida, refletindo de maneira exata a expressão "somos irmãs", a sororidade é caminho sem volta e uma vez que você a sente não consegue retornar. E a maternidade, em seus inúmeros desafios, é um convite para estarmos em vila, nos unirmos e acionar essa irmandade.


Assim, muitas recém mães acabam se encontrando em redes femininas e esta união oferta frutos lindos em nossa existência. Estarmos juntas facilita tudo não é mesmo?! Seja no período de gravidez e suas ansiedades ou em tempos de puerpério e toda sua complexidade física e emocional. Enfim, compartilhamos e nos entregamos a esta alcateia para, principalmente, facilitar a tarefa árdua que é esse encontro entre as muitas que vivem em nós.


E a experiência materna, de tão intensa e transformadora na vida de uma mulher, nos envolve completamente e nos primeiros meses nos vemos dedicadas quase que exclusivamente aos afazeres diários que um bebê demanda, formando laços cada vez mais fortes nessa linda e nova relação. Assim muitas de nós acabamos surpreendidas e solitárias quando percebemos que a Licença Maternidade está encerrando - 4 ou 6 meses, uma hora esse dia chega! E é sempre difícil decidir o que fazer, voltar ao “batente” ou se dedicar aos filhos?!


Sem dúvida essa pergunta recai sobre quase todas as mães em algum momento e muitas não podem ao menos pensar em deixar de trabalhar de forma remunerada pois esta seria uma ausência financeira importante para a família.

Independente da resposta, esse é um dos momentos importantes da vida feminina e devemos nos apoiar integralmente já que não há decisão certa, há o mais acertado para o coração daquela mãe que irá se adaptar mais uma vez a uma nova realidade, criar nova pele e renascer!


E a decisão também não é fácil de tomar! O mais importante é reconhecer o que seu coração pede, sua vontade sincera, mesmo que ela não possa ser o resultado da sua decisão final. Se for preciso voltar por qualquer que seja a razão, deixe esta ideia clara em sua mente e livre-se de culpas e de arrependimentos. Sua decisão intuitiva é e sempre será a melhor para sua família!


E compartilhar nossas experiências de forma amorosa e respeitosa, receber de forma empática as mulheres a nossa volta que estão retornando ao trabalho, ouvir atentamente nossas irmãs que agora se movimentam em um mundo que há muito tempo não lhes "pertence" ou até mesmo abraçar, sem julgamentos, àquelas que decidem mudar suas vidas e acompanhar a primeira infância dos filhos em casa são ações que mostram que nossa sororidade está ativa em nosso coração e que sentimos as angústias que esse momento exige em outra mulher.


Todas nós podemos fazer isso e sem dúvida alguma, as adaptações acontecem de melhor forma se bem recepcionadas por quem está ao redor, sempre! Esse é todo o sentido de estarmos juntas, em reverência a nossa irmandade natural!


Devemos lembrar, mesmo quando tudo estiver meio confuso, que nós iremos nos reconhecer novamente, em um novo e complexo arranjo. Seja no trabalho em que antes performávamos ou recalculando novos objetivos, maternais ou profissionais. Mas principalmente, estamos todas juntas na tentativa de balancear a vida com as novas prioridades que se apresentaram!

Nada mais será como antes já que você também não é mais a mesma! E isso é um dos presentes que ganhamos com a maternidade, nós também nascemos outras!


Somos todas mulheres-mães, sonhamos alto e amamos nossos filhos, mas temos muitas formas de encarar essa fase, todas justas, dignas. Nos apoiar para que todas as transições e mudanças sejam mais suaves, respeitando nossas emoções é o que traz um colorido todo especial e torna o feminino indescritivelmente belo!


E lembre-se, estaremos sempre juntas, entre nós mulheres e a nossos filhos, mesmo que fisicamente distantes. Que tal repetir isso sempre para sua mãe, irmã, amiga, conhecida ou desconhecida e, principalmente, para o seu bebê desde já?


Marcela Azevedo é mãe do Benício, apaixonada pela maternidade e suas cores. Está em fase de redescobertas e novas experiências de vida!


Paula Vargas após o nascimento de sua filha Laura se viu trapezista entre trabalho e vida materna, além de aprendiz de equilibrista, por nutrir uma infinidade de outros interesses no coração.



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